De Volta Para o Futuro
O Trabalho de Paul Rudolph me foi introduzido pelo Professor Silvio Rocha, como referência de pesquisa para um projeto que desenvolvia em um ateliê da faculdade. Nossos assessoramentos eram altamente dispersivos (projetamos até um carro popular de 6 lugares em um deles, ao tentar resolver uma cozinha), embora inegavelmente produtivos, em termos de cultura arquitetônica. O fato é que Rudolph foi um dos mais inventivos arquitetos norte-americanos do século XX; sua obra, onde fez farto uso com muita expressividade de um material inusitado na terra do Tio Sam - o concreto, em todas as formas e texturas possíveis - encerra uma complexidade interessante, que, ao mesmo tempo que se afirmava como uma obra de vanguarda, futurista até, e negava a arquitetura tradicional de arcos e colunatas, contrastava com a simplicidade modernista da qual era contemporânea. Embora sua obra mostre que ele bebeu da fonte de Mies Van der Rohe e Le Corbusier, Rudolph soube compilar essa bagagem com um resultado que soava bastante americano.
Artigo muito interessante do New York Times, de março deste ano, relata uma "viagem temática" pela obra de Paul Rudolph (falecido em 1997), em grande parte concentrada no nordeste dos Estados Unidos (ele teve também uma produção tardia importante no oriente, em Singapura e Hong Kong, quando os construtores norte-americanos já o rejeitavam), que não só fala dos exemplares mais significativos de sua produção como também relata sobre seu estado atual (as que não foram demolidas ou desvirtuadas), inclusive conversando com ocupantes e residentes das edificações.
Há passagens interessantes, algumas até divertidas, como a do funcionário da prefeitura de Goshen, Nova York, que conta que o inusitado prédio projetado por Rudolph, um emaranhado de caixas de concreto sobrepostas, tem 87 lajes de cobertura - e que TODAS vazam. Destaque também para a bizarra história do entregador de comida chinesa que, em 2005, ficou 3 dias perdido em meio ao emaranhado de corredores do instigante conjunto residencial Tracey Towers, em Nova York, cuja planta-baixa onde ângulos retos são raros confunde até mesmo moradores antigos, o que certamente dificultou o resgate.
Vá lá e exercite o seu inglês... não dói:
http://travel.nytimes.com/2007/03/23/travel/escapes/23rudolph.html?pagewanted=1
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