bloco de viagem (4) - Agbargh
Le Corbusier além fazer Arquitetura também pintava e fazia esculturas... uma vez li um texto em que ele dizia que a Arquitetura era uma arte muito séria para experimentações então ele experimentava em outras artes...
Acho que Jean Nouvel nunca leu este texto... nesta última viagem visitamos dois projetos recentes do cara, o museu Quai Branly em Paris e a Torre das Águas de Barcelona - AGBAR... e não que Nouvel costume me impressionar, mas nestes dois casos me decepcionou mais do que o normal.
O museu parisiense será fruto de um texto futuro... hoje ficamos com a Torre Agbar, projetada por Nouvel em parceria com o escritório espanhol b720 arquitectos, e destinada por alguns anos a ser a sede da empresa pública de águas da cidada catalã.
Acho que Jean Nouvel nunca leu este texto... nesta última viagem visitamos dois projetos recentes do cara, o museu Quai Branly em Paris e a Torre das Águas de Barcelona - AGBAR... e não que Nouvel costume me impressionar, mas nestes dois casos me decepcionou mais do que o normal.
O museu parisiense será fruto de um texto futuro... hoje ficamos com a Torre Agbar, projetada por Nouvel em parceria com o escritório espanhol b720 arquitectos, e destinada por alguns anos a ser a sede da empresa pública de águas da cidada catalã.
Um edifício de escritórios com cerca de 140 metros de altura (dizem que era para ter 160, mas a municipalidade vetou porque visualmente ficariam mais alto do que as torres do inacabado sonho catalão chamado Sagrada Família) localizado em um bairro que nos próximos anos deve se tornar um importante (e americanizado) núcleo de escritórios em Barcelona. Vista de longe a Agbar é bacana, se vê ela de vários pontos da cidade e um falo desse tamanho inegavelmente funciona como um marco... durante a noite ela é um espetáculo multicolorido... os responsáveis pelo projeto luminotécnico dela são bons demais.
Porém quando se chega perto se vê como Nouvel foi infeliz... a torre foi jogada no tecido urbano; as relações com entorno não existem; a proporção de ocupação no terreno dá aquela impressão de peru servido em um pires; o acesso ao edifício é infame...
Porém quando se chega perto se vê como Nouvel foi infeliz... a torre foi jogada no tecido urbano; as relações com entorno não existem; a proporção de ocupação no terreno dá aquela impressão de peru servido em um pires; o acesso ao edifício é infame...
Há uma estação de metro próxima, linha vermelha, Glories... mas o edifício ignora ela, assim como ignora a rua, ignora o pedestre, ignora o quarteirão onde está, e o que era para ser bom, uma praça junto ao prédio ocupando parte do terreno... torna as coisas piores, pois ela se resume a um monte de bloquinhos coloridos (que servem de banco) e que ainda por cima está separado do prédio por um cercadinho...
A inserção do edifício é totalmente genérica, poderia estar assim inserido em NY, Berlim ou Varginha.
Falando em sua materialidade, a torre é toda revestida com placas metálicas onduladas, mesclando desordenadamente tons de azul, vermelho, verde e cinza, fazendo clara referencia aos multicoloridos caquinhos gaudiniamos, entre essas placas encontramos quatro mil e quinhentas janelas quadradas pontilhando o prédio... na frente disso, desde o buraco onde está inserido (sim, ele nasce de um poço...) até sua cobertura, a torre é protegida do sol com brises móveis e automatizados (lembram o que aconteceu com os diafragmas do Instituto do Mundo Árabe... vai acontecer o mesmo ali?) compostos por placas de vidro - transparente na frente das aberturas e translúcido no resto do prédio (!)... embora estranhamente estes brises também estejam na fachada norte do edifício, são para formar um colchão de ar e melhorar o conforto térmico... uma fachada ventilada... resta saber se da forma que foi feito ela funciona, para mim pareceu só enfeite.
Sei que muitas pessoas não vão concordar comigo e nem é esse o objetivo... mas fica o registro de que nem tudo parecem ser flores nos midiáticos projetos dos über-escritórios.
Sei que muitas pessoas não vão concordar comigo e nem é esse o objetivo... mas fica o registro de que nem tudo parecem ser flores nos midiáticos projetos dos über-escritórios.
Para quem não conhece o prédio ao vivo e quer se iludir um pouco, segue o ótimo site da torre, onde há os desenhos, as justificativas e tudo mais... http://www.torreagbar.com/home.asp
Para quem gosta do cara, o site do Nouvel: http://www.jeannouvel.com
Os parceiros dos gringos que projetam em Barcelona, b720 - arquitectos - que além do Nouvel também dão suporte ao Toyo Ito e ao Chipperfield: http://www.b720.com/
Para quem gosta do cara, o site do Nouvel: http://www.jeannouvel.com
Os parceiros dos gringos que projetam em Barcelona, b720 - arquitectos - que além do Nouvel também dão suporte ao Toyo Ito e ao Chipperfield: http://www.b720.com/
DETALHE DA FACHADA, REVESTIDA COM CHAPAS DE ALUMÍNIO ONDULADO E BRISES AUTOMATIZADOS DE VIDRO
argh mesmo,
ResponderExcluirparece com algumas coisas que eu to vendo aqui na Coreia. Libeskind por exemplo tem um na frente do hotel de amargar. Ou am-argh-ar.
darei nome (ou fotos) aos bois em breve.
abracos,
Fernando
Muitos projetos para pouco braço... não dá para acreditar que caras tidos como arquitetos masterblasterplus cometam erros tão primários.
ResponderExcluiraguardo a arghtetura do libeskind... hehehe
abraço
Abaixo o pau preto! que cocô de inserção urbana mesmo, hein? quando tu disse que era ruim, não achei que fosse tanto.
ResponderExcluirnossa!! e ruim mesmo, sim, a sua inserçao, mais tambem a sua ideia de construir tudo em concreto ao exterior foi infeliz de mais, as vezes estos arquitetos assim mundialmente conhecidos fazem muita bestera primaria para qualquer um, mais como que estan a um outro nivel ninguem pode falar nada, ne??
ResponderExcluirO problema da globalizaçao??hahah tambem os problemas de arquitetura sao globais,tambem acontece con Calatrava e muitos mais...e assim, si quer um hito tem que soltar a grana e nao falar nada depois, e ainda assim eles gostan...olha o Ponte a Venezia de Calatrava, mais bestera!!!