Saarinen renasce em NY
Clássico de Saarinen sairá do ostracismo após 7 anos.
Desde a falência da TWA em 2001, ainda na amarga ressaca do 11 de setembro, o terminal 5 encontrava-se abandonado. Agora, sob a tutela da JetBlue, uma das mais bem-sucedidas companhias aéreas americanas do segmento “low-cost”, o célebre edifício está prestes a renascer. Ao custo de US$ 880 milhões, a JetBlue inaugurará este ano no JFK um dos mais modernos terminais de passageiros do mundo, que incluirá a revitalização da obra-prima de Saarinen. Com projeto a cargo do mega-escritório Gensler, o novo terminal conta com uma área de mais de 70.000m², estacionamento para 1.500 carros, e agrega o ícone modernista a um complexo contemporâneo top de linha, fazendo a ele a devida reverência. A própria companhia presta homenagem à obra, incluindo-a no logotipo do novo terminal. Passando pela grande maçã, a visita será obrigatória, mesmo que você não esteja embarcando.
Em tempo, parênteses só a título de curiosidade: David Neeleman, cacique da JetBlue, tem cidadania Brasileira (nasceu em São Paulo, quando seu pai foi correspondente de um jornal, retornando mais tarde como missionário mórmon) e deve se valer desse subsídio que lhe dá amparo legal prara colocar em operação no Brasil, ainda este ano, uma comapnhia aérea destinada a explorar vôos de curto percurso entre os principais aeroportos do país. Para isso, conta com um investimento inicial de mais de US$ 200 milhões e tem já encomendada da Embraer uma moderna frota de 35 E-Jets da família 170-190. É esperar pra ver.
E pra finalizar, apenas divagando: Tivéssemos nós um modelo de gestão de aeroportos semelhante ao americano (onde a maioria dos aeroportos é municipal, muitos delegados à iniciativa privada), talvez a vandalização impiedosa da arquitetura original de terminais como Congonhas e Santos-Dumont e a construção de aberrações como o “novo” aeroporto de Porto Alegre pudesse ser evitada...
(Ainda dentro da fase “aeroportuária”... ossos do ofício. Vai passar)
Dentre os muitos ícones da arquitetura moderna em Nova York, um dos mais notáveis, sem dúvida, é o terminal 5 do aeroporto internacional John F. Kennedy. Projetado por Eero Saarinen sob encomenda da Trans World Airlines (TWA) e inaugurado em 1962, é uma obra emblemática, precursora do organicismo que influenciou gerações de arquitetos e que tem sua herança contemporânea mais expressiva nos trabalhos do catalão Santiago Calatrava, em obras como a estação ferroviária de Lyon-Satolas, na França, entre outras.
Dentre os muitos ícones da arquitetura moderna em Nova York, um dos mais notáveis, sem dúvida, é o terminal 5 do aeroporto internacional John F. Kennedy. Projetado por Eero Saarinen sob encomenda da Trans World Airlines (TWA) e inaugurado em 1962, é uma obra emblemática, precursora do organicismo que influenciou gerações de arquitetos e que tem sua herança contemporânea mais expressiva nos trabalhos do catalão Santiago Calatrava, em obras como a estação ferroviária de Lyon-Satolas, na França, entre outras.
O projeto da Gensler, tendo o "T5" como ponto focal.
Desde a falência da TWA em 2001, ainda na amarga ressaca do 11 de setembro, o terminal 5 encontrava-se abandonado. Agora, sob a tutela da JetBlue, uma das mais bem-sucedidas companhias aéreas americanas do segmento “low-cost”, o célebre edifício está prestes a renascer. Ao custo de US$ 880 milhões, a JetBlue inaugurará este ano no JFK um dos mais modernos terminais de passageiros do mundo, que incluirá a revitalização da obra-prima de Saarinen. Com projeto a cargo do mega-escritório Gensler, o novo terminal conta com uma área de mais de 70.000m², estacionamento para 1.500 carros, e agrega o ícone modernista a um complexo contemporâneo top de linha, fazendo a ele a devida reverência. A própria companhia presta homenagem à obra, incluindo-a no logotipo do novo terminal. Passando pela grande maçã, a visita será obrigatória, mesmo que você não esteja embarcando.
O "T5" visto da parte nova do complexo, em imagem digital.
Em tempo, parênteses só a título de curiosidade: David Neeleman, cacique da JetBlue, tem cidadania Brasileira (nasceu em São Paulo, quando seu pai foi correspondente de um jornal, retornando mais tarde como missionário mórmon) e deve se valer desse subsídio que lhe dá amparo legal prara colocar em operação no Brasil, ainda este ano, uma comapnhia aérea destinada a explorar vôos de curto percurso entre os principais aeroportos do país. Para isso, conta com um investimento inicial de mais de US$ 200 milhões e tem já encomendada da Embraer uma moderna frota de 35 E-Jets da família 170-190. É esperar pra ver.
E pra finalizar, apenas divagando: Tivéssemos nós um modelo de gestão de aeroportos semelhante ao americano (onde a maioria dos aeroportos é municipal, muitos delegados à iniciativa privada), talvez a vandalização impiedosa da arquitetura original de terminais como Congonhas e Santos-Dumont e a construção de aberrações como o “novo” aeroporto de Porto Alegre pudesse ser evitada...
Para saber mais:
Baita texto Gabrielito... eu fiz um pequeno esforço pra lembrar onde já havia lido sobre a recuperação do terminal 5 e lembrei...
ResponderExcluirhttp://parededemeia.blogspot.com/2007/11/morte-e-ressureio-de-uma-jia.html
Foi no blog do Fernando, vale dar uma lida, ele passou por lá em novembro passado.
Abraço
luciano
bacana Gabriel, eu fiquei meio feliz e meio apreensivo quando passei pelo JFK no ano passado. Feliz porque o terminal da TWA esta sendo restaurado como voce tao bem descreveu, apreensivo porque o novo anexo eh muito maior e vai sufocar o lindo projeto de Saarinen.
ResponderExcluirhttp://parededemeia.blogspot.com/2007/11/morte-e-ressureio-de-uma-jia.html
abracos,
Fernando
De fato, é gigante... mas, dentro do possível, acho que a Gensler até conseguiu preservar a arquitetura original do T5, e com aquele "gap" entre a parte nova e a antiga, o impacto, na minha humilde opinião, é menor.
ResponderExcluirA bem da verdade, a JetBlue não "precisava" do T5, ela podia ter construído seu mega-terminal em qualquer lugar do JFK... mas recuperar e reverenciar uma jóia arquitetônica daquele quilate dá à companhia um status de "mecenas", cujo valor só o depto. de Marketing sabe medir.
Agora, ruim é quando o pessoal coloca vidro colorido, pinta o concreto de branco, etc. ou quando escondem ou vandalizam o edifício com anexos, puxadinhos e justaposições de qualidade arquitetônica sofrível, como no Santos-Dumont que você muito apropriadamente comparou ao T5. Aliás, muito legal o seu texto também, Fernando... parabéns.