quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Postal de Arquiteto - Anexo do Museu Van Gogh, Amsterdam

anexo museu van gogh kisho kurokawa

Dando sequência a série de postais de arquiteto, fim de tarde na Museumplein em Amsterdam, em primeiro plano o anexo do Museu Van Gogh - projeto do Kisho Kurokawa.

Mais informações:
http://www.kisho.co.jp/page.php/220
http://www3.vangoghmuseum.nl/vgm/index.jsp?page=213&lang=en&section=sectie_museum

Aliás... tanto o prédio original que abriga o museu, projeto do Gerrit Rietveld, quanto a obra e as idéias do Kurokawa valem novos textos... aguardem... por enquanto vale dar uma lida nas idéias do Kurokawa, no site dele tem vários textos interessantes e inclusive um livro dele completo.

P.S.: Como sempre, clicando na foto ela abre em um tamanho legal... e a foto é de autoria de quem aqui escreve.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Alvaro Siza Technicolor

A grande escultura de acrílico de Iole de Freitas

Desde a sua inauguração era sabido que a Fundação Iberê Camargo receberia instalações artísticas e confesso que isso me deixou um pouco receoso. Mesmo sabendo que elas são sempre provisórias e reversíveis e que não estragariam a obra, eu sabia que não ia ficar feliz quando visse uma arquitetura tão bela servindo para instalações às vezes tão duvidosas... porém veio a primeira série de instalações posso dizer que as artistas souberam conversar bem com a obra do Siza.

A primeira série se chama Lugares Desdobrados e ocupa principalmente o atrium e o último pavimento da FIC. Sob a curadoria de Mônica Zielinsky as artistas Elaine Tedesco, Karin Lambrecht e Lucia Koch usufruem do espaço para mostrar seu trabalho e se unem à belíssima escultura suspensa no atrium, essa de autoria de Iole de Freitas.

As clarabóias coloridas de Lucia Koch e ao fundo o observatório reinventado de Elaine Tedesco

A Elaine Tedesco depois de visitar um observatório de pássaros no Uruguai, recriou este no último pavimento... deixo para vocês opinarem sobre casinha de madeira de reflorestamento plantada em uma das salas de exposição.

E por fim, a intervenção que achei mais interessante, a da artista Lucia Koch... ela pinta com luz as alvas paredes do português, colocando filtros coloridos nas clarabóias e em algumas janelas ela coloca cor na obra do Siza. O resultado é bonito e bem interessante para aqueles que sempre tentaram imaginar a branca arquitetura com alguns toques coloridos.

Filtro de luz na clarabóia da rampa, Siza com toques alaranjados

Para mais informações:
http://www.iberecamargo.org.br/content/programacao/page.asp?cat_id=71&page_id=144

Outros posts sobre a Fundação Iberê Camargo:
O que os olhos não vêem o coração não sente
Arquitetura Siliconada

Este post foi atualizado e corrigido no dia 24/03/09, dando o crédito correto a escultura suspensa no atrium central que é de autoria da artista Iole de Freitas. Pedimos desculpas pelo engano.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Visitando o interior de uma Cubic House

Já estávamos meio inquietos querendo saber como eram casinhas por dentro... como disse no post anterior há uma casa, a show cube, que esta toda mobiliada e geralmente aberta para receber visitantes por um par de Euros, porém naquela tarde a dita estava fechada... mas isso não foi o suficiente para nos desmotivar... esperamos alguém chegar em casa ou a show cube abrir.

Depois de alguns minutos pedimos licença à uma simpática guria com traços orientais que estava chegando em casa e por incrível que pareça ela adorou a idéia de mostra-la pra dois brasileiros, que se diziam arquitetos, e assim pudemos dar uma geral na casinha e fazer algumas fotos...

Antes de olhar as fotos, uma passada nas plantas... como vocês podem ver cada casa possuí 3 pavimentos acima do nível de acesso; no primeiro pavimento está a sala, a cozinha e um lavabo... no segundo dois dormitórios e um banheiro e o terceiro é uma minuscula peça que segundo ela seria um terceiro quarto.

A moradora nos contou que parte do mobiliário é original da construção das casas, que todas possuem (ou possuiam) o mesmo, o que é uma coisa meio necessária em uma casa com geometria tão peculiar... fora isso nada de mais, o que posso dizer é que parece uma planta de apartamento tradicional colocada dentro de uma caixa rotacionada, o efeito que as janelas inclinadas gera é interessante, mas não mais do que isso.

Depois de umas 30 fotos dentro do cubo e de quase cair nas escadas com inclinação Everest que ligam os pavimentos cheguei a conclusão que o arquiteto tentou reinventar a roda, mas parece que esqueceu que a função principal da roda é rodar...

As casinhas são estranhas e pouco funcionais, mas vale ir atrás de mais informações:
http://www.kubuswoning.nl/introkubuseng.html
http://www.galinsky.com/buildings/cubichouses/index.htm

p.s.: Esta é a segunda parte do post, a primeira parte está AQUI

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Cubic Houses Rotterdam :: Morro e não vejo tudo, parte I

Rotterdam não é bem uma cidade divertida ou muito bonita para um turista genérico, mas para um arquiteto é um prato cheio... lá encontramos exemplares do Breuer, do Renzo Piano, do Norman Foster, do Mecanoo, do Rem Koolhaas, do MVRDV, do UNStudio... etc... etc... etc... um album de figurinhas de arquitetura contemporânea. Claro que nem tudo é bom, o edifício do Renzo Piano, por exemplo, é péssimo... mas de toda forma é uma cidade interessante que foi quase totalmente reconstruída após a guerra e já abrigou o maior porto do mundo.

Cubos... ao fundo uma pontinha da Willems Bridge, a Golden Gate da Europa

E foi nessa cidade que eu encontrei um conjunto pra lá de esquisito... que não sei se já conhecia... como disse o Gabriel, acho que já tinha visto em um livro, mas tinha esquecido...

Em 1973 o arquiteto holandês Piet Blom (provavelmente sob o efeito de algo divertido) experimentou projetar casas com os eixos rotacionados e em 1975 construiu na pequena Helmond um conjunto de 3 casas, as primeiras Cubic Houses.

As estranhas casas de Helmond foram o embrião para um projeto mais ambicioso, construir um conjunto de 74 (!) casas cubicas e um centro cultural em Rotterdam... o projeto começou em 1978 e a obra ficou pronta em 1984, na sua versão final de apenas (?) 38 Cubic Houses, lojas, uma torre de apartamentos (de arquitetura tão duvidosa quanto as casas) e uma escola. Desde a sua construção todas as Cubic Houses estão habitadas.

Maquete do conjunto das Cubic Houses

A primeira impressão é de que o troço é horrível... depois se percebe que realmente é horrível, mas que é extremamente complexo... não pelo formalismo, mas sim pelo conjunto em si...

O conjunto está implantado parcialmente sobre uma rua, isso mesmo... os carros passam por baixo das casas... a outra parte está implantada em uma praça central onde há uma grande estação de metrô e a biblioteca da cidade, entre outros equipamentos... no térreo há pequenas lojas, do nível do passeio público sobe-se por escadas até um grande terraço por onde se acessam as casas.

Claro que eu não ia ficar satisfeito enquanto não entrasse em uma dessas caixinhas tortas... há uma das casas que teoricamente deveria funcionar como uma casa-museu, para as pessoas visitarem... mas não tive sorte de encontrá-la aberta, então tivemos que usar o velho golpe (alguém aqui assistia o Agente 86?) do turista brasileiro longe de casa e conseguimos visitar uma das casas... mas isso é assunto para um próximo post...

Patamar intermediário, nível de acesso às casas