domingo, 25 de janeiro de 2009

A Praça da Discórdia


desenho original de Lucio Costa para o Plano Piloto

Passei pouco mais de um mês fora de Brasília. Ao melhor estilo niemeyeriano, fui a Porto Alegre de carro, e voltei. Viagem interessante, divertida, sobre a qual provavelmente volto a comentar. Mas não é que, chegando de volta, me deparo com uma polêmica? Quase uma bomba, na verdade: Oscar Niemeyer quer construir uma praça no canteiro central da Esplanada dos Ministérios. Bastou ele ter a idéia e o governo do DF abraçar e dizer que vai fazer, que a confusão se armou.

Confesso que sei menos do que gostaria, e ainda não tive acesso a qualquer foto, desenho, croqui ou coisa que o valha da dita praça. Portanto, ainda não deu pra formar opinião, e é por isso que um desenho do Lucio Costa para o plano piloto ilustra esse texto.

Pelo que eu entendi, a praça ficaria no lado leste, após a rodoviária, que resultaria parcialmente encoberta por edificações que integrariam o conjunto. Reza a lenda que tudo começou com uma conversa em tom informal sobre a necessidade de se construir, em algum lugar na área central de Brasília, um grande estacionamento, para acomodar a quantidade insana de carros que todo o dia se amontoam de forma totalmente desordenada na região. Esse estacionamento - subterrâneo, naturalmente, faria parte da proposta do véio para a tal praça, já que ele próprio observou, quando da inauguração da Biblioteca Nacional, mês, passado, que a situação dos estacionamentos na região é caótica.

Por enquanto, vale uma lida no artigo do próprio Oscar Niemeyer, defendendo a construção da praça, e nas notícias publicadas a respeito no Correio Braziliense:



Update em 26/01: O Luciano avisa que o Fernando Lara escreveu sobre a nova praça em seu ótimo blog, "Parede de Meia". O texto é muito bom, e pode ser acessado aqui.

6 comentários:

  1. Não sabia dessa praça!! Em que planeta eu andei??

    Realmente, vai dar o que falar, e eu só digo uma coisa: maldita hora em que a Unesco deu carta branca pro Niemeyer mexer em Brasilia! Já não bastasse a churrasqueira no Palacio da AlvoraDA!

    Henrique - doob

    ResponderExcluir
  2. http://www.overmundo.com.br/_agenda/multiplas/1213479580_pca_povo_bx.jpg

    Caro amigo, acabo de achar uma pequena imagem da praça em questão para ilustrar seu post!

    O que posso dizer? É bem Niemeyeriana em suas curvas, fazendo referencia à Pampulha e ao próprio Congresso de Brasília.

    Teria que ver mais desenhos e ler mais sobre o projeto para tecer alguma crítica válida.

    mas uma coisa podem apostar: já vejo gente subindo essa laje curva, assim como na Oca.

    henrique - doob

    ResponderExcluir
  3. http://mdc.arq.br/2009/01/10/brasilia-oscar-niemeyer-projeta-nova-praca-na-esplanada-dos-ministerios/


    Confesso que agora estou confuso porque acabo de achar também isso. Mas vejo a pracinha em cinza do lado! Que diabos está acontecendo?

    henrique - doob

    ResponderExcluir
  4. grande gabrielito, comento em trânsito... Vale uma visita ao blog do fernando lara, o parede de meia, há um par de dias ele escreveu um belo texto sobre a feia praça, chamado coitada de brasília.... Põe um link no teu post para o texto do fernando.

    Abraço

    ResponderExcluir
  5. Pois é, Henrique... confuso. E aquele monumento triangular gigantesco... sei não. Pensando bem, acho que gosto da Esplanada como ela está. Se for o caso de se fazer um estacionamento subterrâneo, que seja, mas que se evitem os exageros dali pra cima.

    Luciano, a referência ao texto do Fernando está feita, valeu o aviso.

    ResponderExcluir
  6. Sempre achei que a monumentalidade de uma Capital estava nos Edifícios que representam o poder.
    No caso de Brasília essa jogada é ainda mais interessante pois o edifício mais monumental e representativo de poder é o Congresso, logo aonde atuam os deputados que, dentro da cultura democrátca, são os representantes diretos do povo. Portanto o poder maior, representado a cinquenta anos por Niemeyer, está com o povo.
    Agora ele quer fazer uma quilha de 100 metros de altura representando os presidentes: claro que os presidentes também são eleitos pelo povo, mas são indivíduos, e indivíduos são o extremo oposto do coletivo. E o pior essa quilha ficará mais monumental que o próprio congresso. O indivíduo sobrepondo o coletivo?

    Realmente não é por implicância eu juro, mas não entendi essa última do Niemeyer.

    ResponderExcluir