quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Olhando para o outro lado do mundo (3): Quanto é o mínimo?

Respire fundo, encolha a barriga e... seja bem-vindo.

Ah, a arquitetura japonesa, essa caixinha de surpresas... dava pra fazer um blog só falando dela. Lá, onde os espaços são exíguos - e caros, o talento dos arquitetos sobressai em aproveitar cada centímetro quadrado de espaço - muitas vezes com resultados supreendentemente bons. Como nessa casa, projeto de Waro Kishi, outro dos "menos conhecidos" da turma do lado de lá que, na década de 90, fez vários projetos em lotes de testadas incrivelmente pequenas. E quando digo "pequenas" não falo desses terreninhos urbanos de Porto Alegre, com 6,60m de largura, para os quais os arquitetos torcem a cara e acham "apertados" (eu fora, pois, pessoalmente, acho que lotes estreitos rendem excelentes projetos, seja para que uso for... quer me ver feliz? me dá uma nesga de terra): Essa casa, construída em 1993 no bairro de Nipponbashi, Osaka, tem DOIS METROS E MEIO de largura... e, sim: Lá dentro se vive com dignidade e há espaços de singular beleza. Vi esse projeto em uma "Le Croquis" na biblioteca da faculdade enquanto estudava e nunca mais esqueci. A estrutura é simplésima, um delicado esqueleto metálico, vedado nas laterais com peças de concreto que conhecemos como lajes "roth", normalmente usadas como piso, encaixadas nos perfis "I" dos pilares... generosos panos de vidro enchendo de luz o interior... um show de simplicidade.
Dá uma olhada no site do cara, a produção dele é bem boa: http://k-associates.com A casa está na parte de projetos residenciais.

Um comentário:

  1. Grande Gabriel,

    em Amsterdam existem prédios com fachadas mais estreitas ainda! A mais estreita de todas tem pouco mais de 1 metro de comprimento, hehe. É que antigamente o imposto territorial era baseado nao na área ocupada mas na largura da fachada. Tenho uma foto do prédio nos meus arquivos, se eu achar te mando...

    Um abraco
    Marcelo

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