segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Oscar Niemeyer - 101 anos

No cinzeiro, a inseprável cigarrilha, para desespero dos pneumologistas...

É... ele não se entrega.

Não há muito mais que possa ser dito sobre ele. O Blog não pode deixar de homenagear o Professor Oscar em mais um aniversário.

Esse, na verdade, era pra ser o post da cobertura da inauguração oficial da Biblioteca Nacional, em Brasília, na quinta-feira passada, um de seus projetos mais recentes. Atrasei e acabou ficando para o dia do aniversário.

A Biblioteca: Pouco inspirada, diriam alguns... mas um legítimo Niemeyer.

Niemeyer subiu ao planalto central para se reencontrar com sua obra, em uma extenuante viagem a bordo de sua Mercedes-Benz, desde o Rio de Janeiro, acompanhado de D. Vera, de seu motorista, um neto e um funcionário seu. A inauguração foi relâmpago, ninguém estava muito preocupado com a biblioteca, e sim em ver o mestre. Quando foi anunciado, após a breve cerimônia, que ele aguardava a todos no Museu da República, do outro lado da pequena esplanada que integra o complexo, a turba simplesmente pirou. Teve gente que saiu correndo.
A turba enlouquecida reverencia o mestre.

Lá dentro, o Professor aguardava, pacientemente, o início da cerimônia de lançamento da segunda edição de sua revista, "Nosso Caminho" (olhei brevemente, pareceu interessante. Como só aceitavam dinheiro ou cheque e estava sem um puto na carteira no momento, ficou pra depois). Seguiu-se uma sessão de autógrafos que, embora cansativa para um senhor centenário, conhecendo-o um pouco posso afirmar com quase certeza que foi idéia dele.


Quero fazer esse sucesso com as gatinhas aos 101...

A admiração das pessoas pela figura do Professor Oscar é de fazer Bono Vox e Mick Jaegger corarem de inveja. Tinha gente que olhava e não acreditava e até socialite fazia pose pra tirar foto com o véio. Estudantes de arquitetura o fitavam com reverência, embasbacados.

Pra achar o véio, só com legenda...

Embora o tempo começe a cobrar sua fatura, a começar pela sua visão, claramente prejudicada, a mente segue a todo vapor, e suas breves palavras, sempre evocando o espírito da solidariedade e humildemente ressaltando sua prevalência sobre a arquitetura, mostram uma lucidez invejável.
Enfim... para quaisquer efeitos, não restam dúvidas: Ali, calmamente pitando sua inseparável cigarrilha, ao lado do também inseparável Sussekind., com quem vira e mexe trocava uma idéia... estava um grande Brasileiro.
E, para terminar, já aproveitando a proximidade das festas de fim de ano, segue uma "noturna natalina" da Esplanada dos Ministérios, tirada da rampa do Museu da República. Acho luzes de natal uma cafonice sem tamanho, mas num cenário como esse, toda licença poética é válida.

P.S.: Agradecimentos à Ane pelas fotos, agora powered by CyberShot DSC-W120.

7 comentários:

  1. De nada, cariño!
    sempre contigo...
    Belo post.Viva o véio!

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  2. o cara é fera... e é impressionante como ele não se entrega, embora que ache q ele deveria ter parado de assinar croquis fingindo que são projetos e deveria ter passados os ultimos 10 anos apenas escrevendo e aproveitando as vidas extras...

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  3. E viva o velinho...
    Belo post e legal seu blog. Passei para dizer que adicionei o seu à lista do meu...deu pra entender ou fui muito "linear"...

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  4. Faz à 50 anos a mesma m...

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  5. E aí, Farturas... beleza?

    Olha, é impossível agradar a todos... enfim. Que a produção dele já não tem o mesmo brilho de outrora, é inegável. Mas daí a jogar os últimos 50 anos na privada... humm...

    Continue passando por aqui. Ah, e assine as postagens, ok? com "pseudônimo", fica fácil ter "opiniões fortes" na internet. Valorizamos e defendemos a liberdade de expressão, mas gente grande assume o que escreve. Abraço!

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  6. Gabriel, tu já está pronto para ser pai!!! Pô, dando lição de moral no blog? heheheheheh

    Olha, eu acho é assinar o que se escreve é uma questão de principios e acho que o blog está aberto a pessoas que não os tem... então eu discordo de ti e acho que quem se sente mais à vontade escrevendo sem se identificar, que o faça... sejamos democráticos. Até porque opinião é como bunda, cada um tem a sua e faz o que quiser com ela...

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  7. Muito bom post, Gabriel, adorei. Niemeyer é invejável pelo feito: chegar a 101 anos lúcido não é pra qualquer um não...
    Há tempos não passava por aqui, mas é bom voltar e ver que o Arquiteturas está bom como sempre...
    Um abraço e feliz ano novo pra ti e pra Luciano!

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