quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Zaha Hadid, quem diria?

Eu nunca fui muito fã da Zaha Hadid, em parte por achar a arquitetura dela mais escultura do que arquitetura... por achar que ela apela para formalismos desnecessários.... ou talvez não goste muito por conhecer pouco, no quase longínquo ano de 1997 (quando eu comecei a minha vida de estudante de arquitetura) não se falava nela pelas salas de aula da PUC, (tardiamente) se falava em Richard Meier, Jean Nouvel, Legorreta...

Passados vários anos eu estive em Londres e por falta de opção fui visitar uma exposição dela e confesso que fiquei impressionado com a quantidade de megaprojetos que ela tinha pelo mundo e sai do London Design Museum conhecendo mais a sua produção e pensando que em poucos anos haveria um monte de obras finalizadas da afilhada arquitetônica do Koolhaas (cara que na teoria manda muito bem, mas que a mim a arquitetura não me convence), mas não sai convencido que o que ela faz é realmente bom... talvez por seguir sem visitar uma obra dela...



Quase dois anos após ver a exposição em Londres estava eu em Viena pensando no que fazer em uma tarde que a chuva insistia em aparecer mais do que o sol... e novamente... não tem tu, vai tu mesmo... peguei o metrô U4 e parei em Spittelau.


Acho que era domingo... a estação estava vazia, as ruas também não tinham muita gente... e logo cruzando a ponte sobre o Danubio e deixando para trás a exótica usina de geração calor através de queima de lixo (outra hora falo sobre ela) eu avistei um pequeno edifício que zigzagueava sobre um antigo viaduto como quem brinca de amarelinha...

Ali estava um conjunto de apartamentos projetado pela iraquiana sobre um tombado (e pouco cuidado) viaduto em arcos projetado pelo Otto Wagner... um projeto interessante que tem os traços característicos dela sem forçar demais, gerando uma relação muito boa com o viaduto -que hoje é um peatonal- que passa sob a edificação...

Olha... fiquei surpreso, a mais linda das arquitetas me impressionou muito positivamente, arquitetura bonita, viável, contextualizada... acho que a próxima vez que visitar algo dela não vai ser por falta de opção em um dia chuvoso.


Como sempre, as figurinhas são de minha autoria e podem ser usadas, copiadas, distribuídas, sem maiores frescuras... produzir conhecimento é um função social.

No site da Zaha diz que sob os arcos existem bares e restaurantes... mas eu não vi isso (confesso que não procurei)... mais informações:

4 comentários:

  1. "A mais linda" vc não falou de coração...rs...Não conhecia esse projeto. Estou tão acostumados aos gigantes complexos desenvolvidos por ela!!

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  2. Texto fantástico! Não conheço a obra dela mas certamente vale o risco, mesmo q existam grandes chances de decepção!
    Ah, corrija depois, ela é iraquiana e ñ iraniana.
    grande abraço!

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  3. Grande Henrique, corrigida a nacionalidade da lindona... valeu mesmo!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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