Architects are Nice Guys...
Neste mês o blog completou 2 anos de existência... e para comemorar eu ponho novamente no ar um texto que o Gabrielito escreveu no blog há mais de um ano, quando ele ainda tinha outro endereço... então acho que poucos já leram.
Na minha opinião esse é um dos melhores textos que o blog já teve.... e quem sabe agora o Gabriel se anima e escreve o "Architects are Nice Guys II"?
Aproveitem o texto e que venha o próximo aniversário!!!
"Architects are Nice Guys", por Gabriel Silva
Dia desses, enquanto assistíamos a “Vozes do Além”, um terror meia-boca com Michael Keaton no papel principal, eu e a Ane começamos a especular em cima dos arquitetos no cinemão americano, já que Keaton interpretava um colega. A lista é longa: Keanu Reeves em “A Casa do Lago” (este sim um romance bem acabado, onde não só o personagem de Reeves como também o pai e o irmão eram arquitetos), Billy Crudup em “Círculo de Paixões” (filme espetacular e pouco lembrado, ambientado nos anos 50, onde Crudup, na verdade, era estudante de arquitetura), “Intersection - uma escolha, uma renúncia” (Richard Gere e Sharon Stone como titulares de um bem-sucedido “taller”), Woody Harrelson em “Proposta Indecente” (um dos cornos mais célebres do cinema), Michelle Pfiffer em “um dia especial”, Adam Sandler no recente “Click” e outros tantos. Completem a lista quem lembrar de mais.
Mas por quê arquitetos?
bem, todos estes são personagens bonitos, charmosos e, principalmente, bonzinhos. Não raro, atormentados, vítimas do destino cruel, para o bem ou para o mal. Nota-se, na estrutura dos roteiros que, quando se quer dar credibilidade a um personagem e promover uma empatia do público com ele, frequentemente os roteiristas recorrem à turma da prancheta. Senão, vejamos: Os advogados são a profissão mais odiada dos EUA. Os médicos, a mais processada… procurando bem, todo mundo tem pereba, só a bailarina, digo… o arquiteto que não tem. Nunca houve um arquiteto filho da puta no cinema (embora saibamos que, na vida real, eles existem - e como). Essa empatia foi satirizada sem dó no pastelão “Quem Vai Ficar com Mary?”, onde o escrotão vivido por Matt Dillon resolve dar o golpe de misericórdia e se faz passar por um “famoso arquiteto” com aspirações humanitárias, derretendo de vez o coração de sua ingênua amada…
E também, ninguém tem coragem de contrariá-los; suas idéias, moral e convicções são sempre inabaláveis e inquestionáveis. Até as sem-vergonhices do personagem de Billy Crudup com as meninas da família Abbott em “Círculo de Paixões” são perdoáveis, tendo o rapaz aquela aura de galã universitário, sempre às voltas com desenhos, réguas e esquadros… E Imagine só… o que fazer para resolver o dilema moral de aprovar ou não as ações de um personagem que só faz metralhar gente o filme inteiro? faça-o arquiteto!!!Sim… Paul Kersey, personagem de Charles Bronson na fatídica seqüência “Desejo de Matar” era, também, arquiteto.
(Se bem que eu me solidarizo com ele… certos clientes… putz… dá uma vontade…)
Parabéns pelo blog! Legal a visitinha! []s
ResponderExcluirLi o blog e gostei. Só pra adicionar na lista dos nice guys, Tom Hanks era arquiteto em Sintonia de Amor (Sleepless in Seattle).
ResponderExcluir