Alvaro Siza Technicolor
Desde a sua inauguração era sabido que a Fundação Iberê Camargo receberia instalações artísticas e confesso que isso me deixou um pouco receoso. Mesmo sabendo que elas são sempre provisórias e reversíveis e que não estragariam a obra, eu sabia que não ia ficar feliz quando visse uma arquitetura tão bela servindo para instalações às vezes tão duvidosas... porém veio a primeira série de instalações posso dizer que as artistas souberam conversar bem com a obra do Siza.
A primeira série se chama Lugares Desdobrados e ocupa principalmente o atrium e o último pavimento da FIC. Sob a curadoria de Mônica Zielinsky as artistas Elaine Tedesco, Karin Lambrecht e Lucia Koch usufruem do espaço para mostrar seu trabalho e se unem à belíssima escultura suspensa no atrium, essa de autoria de Iole de Freitas.
A Elaine Tedesco depois de visitar um observatório de pássaros no Uruguai, recriou este no último pavimento... deixo para vocês opinarem sobre casinha de madeira de reflorestamento plantada em uma das salas de exposição.
E por fim, a intervenção que achei mais interessante, a da artista Lucia Koch... ela pinta com luz as alvas paredes do português, colocando filtros coloridos nas clarabóias e em algumas janelas ela coloca cor na obra do Siza. O resultado é bonito e bem interessante para aqueles que sempre tentaram imaginar a branca arquitetura com alguns toques coloridos.
Para mais informações:
http://www.iberecamargo.org.br/content/programacao/page.asp?cat_id=71&page_id=144
Outros posts sobre a Fundação Iberê Camargo:
O que os olhos não vêem o coração não sente
Arquitetura Siliconada
Este post foi atualizado e corrigido no dia 24/03/09, dando o crédito correto a escultura suspensa no atrium central que é de autoria da artista Iole de Freitas. Pedimos desculpas pelo engano.
Bom saber que ainda existe gente boa fazendo arquitetura por ai.
ResponderExcluirO blog é superinteressante.
Também sou Arquiteta, ams ando um pouco decepcionada com o mercado.
Abçs
Gostei disso! Acho uma pena que a iluminação nao seja mais usada na arquitetura com objetivo de criar efeitos...
ResponderExcluirNa minha humilda opinião, um museu não deve jamais competir com as obras que abriga. Ele existe em função da arte, e não a arte em função dele. Nesse ponto, acho que o Siza atingiu um equilíbrio muito bom no Iberê Camargo. Apesar da arquitetura de muita qualidade, ela se mostra 100% a serviço das exposições.
ResponderExcluirQuanto à QUALIDADE das exposições... bem... às vezes o povo "escorrega". Essas especificamente estão bem interessantes, especialmente aquela de vidro no átrio. Ela parece parte do museu, podia ficar ali pra sempre.
"Humilde", por favor... quem escorregou agora fui eu.
ResponderExcluirConcordo contigo Gabriel. O projeto é pensado em expor, em valorizar a obra do Iberê. Siza foi fantástico nesse ponto. Fico imaginando o que os outros pré-selecionados - Meier e Moneo, fariam no lugar dele? E se fosse o velhinho?
ResponderExcluirParabéns pelo blog.
Voltarei mais vezes.