Luz, pedra, poesia... Louis I. Kahn
"Não se converte em filósofo quem lê filosofia, se converte em filósofo quem nasce capaz de pensar"
Com essa frase o Arquiteto Louis Kahn reforçava a idéia de que a Arquitetura que ele fazia era proveniente do que estava dentro dele e muitas vezes resultado dos seus sentimentos e crenças.
Kahn (que infelizmente na minha Corbusiana-Wrightiana faculdade de arquitetura ficou em segundo plano) foi um Arquiteto completo... projetou com criatividade e ousadia, teve a oportunidade de projetar uma cidade - a nova capital legislativa do Paquistão, nas proximidades de Dhaka (que poucos sabem, mas ele foi a terceira opção... Corbusier estava entretido com Chandigarh e Aalto estava muito doente, devido aos problemas que o excesso de bebida havia lhe causado) - deixou muitos textos que poeticamente explicavam sua arquitetura e ainda teve tempo de ter três famílias.
A primeira com sua esposa Esther, com quem teve Sue Ann, a única filha "oficial" do arquiteto.
Esther era uma jovem estudante de física e para ela Kahn prometeu, aos 29 anos, que nunca mais esconderia as cicatrizes do rosto - cicatrizes que ele tinha desde criança, devido a um acidente doméstico, e que ele tinha como hábito cobrir com as mãos em momentos de timidez.
A segunda foi com Anne Tyng, sua sócia no escritório... com quem ele teve Alexandra, a primeira filha fora do casamento... e por fim Harriet Pattison, também arquiteta e que foi colaboradora nos projetos do Museu Kimbell, uma das obras primas de Kahn, com Harriet ele teve Nathaniel seu terceiro filho... segundo fora do casamento e reconhecido apenas após sua morte.
Kahn era um adepto dos materiais encontrados na natureza (pedra, barro, madeira...), cito um pequeno trecho -com livre tradução- de um aula inaugural proferida por ele:
Para expressar-se é necessário movimento, e quando você quer dar algum valor ao seu movimento, você deve consultar a natureza.
E é desta consulta que o projeto nasce.
Se você pensa no tijolo, por exemplo. Você diz para o tijolo "O que você quer ser, tijolo?" E o tijolo responde "Eu gostaria de ser um arco."
E você diz para o tijolo "Veja, arcos são caros e seria mais fácil eu usar concreto armado, o que você pensa disso, tijolo?" E o tijolo simplesmente responde, "Eu ainda gostaria de ser um arco".
E quem sou eu para contrariar a natureza?
Em 1974, aos 73 anos de idade, ao regressar de uma viagem à Índia ele esperava o seu trem na estação Pensilvânia e morreu de um súbito (e para alguns inexplicável) ataque cardíaco.
Morria ali um inovador Arquiteto, imigrante judeu do antigo império Russo, que quando jovem tocava piano nos cinemas para ajudar com dinheiro em casa e que soube como poucos fazer poesia com pedras, barro e luz.
As imagens deste texto foram retiradas do lindo e comovente documentário My Architect, realizado pelo seu filho (ilegítimo) Nathaniel, que mostra um filho que pouco conheceu seu pai... buscando conhecê-lo através de sua Arquitetura, através da espinha dorsal de sua vida. Em um próximo texto eu falo mais sobre este documentário.
Kahn (que infelizmente na minha Corbusiana-Wrightiana faculdade de arquitetura ficou em segundo plano) foi um Arquiteto completo... projetou com criatividade e ousadia, teve a oportunidade de projetar uma cidade - a nova capital legislativa do Paquistão, nas proximidades de Dhaka (que poucos sabem, mas ele foi a terceira opção... Corbusier estava entretido com Chandigarh e Aalto estava muito doente, devido aos problemas que o excesso de bebida havia lhe causado) - deixou muitos textos que poeticamente explicavam sua arquitetura e ainda teve tempo de ter três famílias.
A primeira com sua esposa Esther, com quem teve Sue Ann, a única filha "oficial" do arquiteto.
Esther era uma jovem estudante de física e para ela Kahn prometeu, aos 29 anos, que nunca mais esconderia as cicatrizes do rosto - cicatrizes que ele tinha desde criança, devido a um acidente doméstico, e que ele tinha como hábito cobrir com as mãos em momentos de timidez.
A segunda foi com Anne Tyng, sua sócia no escritório... com quem ele teve Alexandra, a primeira filha fora do casamento... e por fim Harriet Pattison, também arquiteta e que foi colaboradora nos projetos do Museu Kimbell, uma das obras primas de Kahn, com Harriet ele teve Nathaniel seu terceiro filho... segundo fora do casamento e reconhecido apenas após sua morte.
Kahn era um adepto dos materiais encontrados na natureza (pedra, barro, madeira...), cito um pequeno trecho -com livre tradução- de um aula inaugural proferida por ele:
Para expressar-se é necessário movimento, e quando você quer dar algum valor ao seu movimento, você deve consultar a natureza.
E é desta consulta que o projeto nasce.
Se você pensa no tijolo, por exemplo. Você diz para o tijolo "O que você quer ser, tijolo?" E o tijolo responde "Eu gostaria de ser um arco."
E você diz para o tijolo "Veja, arcos são caros e seria mais fácil eu usar concreto armado, o que você pensa disso, tijolo?" E o tijolo simplesmente responde, "Eu ainda gostaria de ser um arco".
E quem sou eu para contrariar a natureza?
Em 1974, aos 73 anos de idade, ao regressar de uma viagem à Índia ele esperava o seu trem na estação Pensilvânia e morreu de um súbito (e para alguns inexplicável) ataque cardíaco.
Morria ali um inovador Arquiteto, imigrante judeu do antigo império Russo, que quando jovem tocava piano nos cinemas para ajudar com dinheiro em casa e que soube como poucos fazer poesia com pedras, barro e luz.
As imagens deste texto foram retiradas do lindo e comovente documentário My Architect, realizado pelo seu filho (ilegítimo) Nathaniel, que mostra um filho que pouco conheceu seu pai... buscando conhecê-lo através de sua Arquitetura, através da espinha dorsal de sua vida. Em um próximo texto eu falo mais sobre este documentário.
meu caro Luciano, seu post sobre Louis Khan esta belissimo, a arquitetura dele merece muitos posts mesmos. Mas ca entre nos, filho eh filho, esse papo de legitimo ou ilegitimo nao se sustenta nao...
ResponderExcluirabracos,
Fernando
amigo Fernando, obrigado pelo elogio, realmente Kahn merece muitos posts, um arquiteto completo e por muitos (pelo menos no Brasil) deixado em segundo plano.
ResponderExcluircom certeza, filho é filho... mas como o próprio Nathaniel -no seu documentário- se intitula assim eu acabei o acompanhando... mas concordo plenamente contigo.
abraços
luciano.
clap, clap, clap!
ResponderExcluirImpecável!
Fiquei ainda com mais vontade de ver o filme.
Kahn está na gênese de muito da (pouca) boa arquitetura que hoje se faz no mundo. Uma tristeza que fique em segundo plano no ensino em nossas escolas mesmo.
Parabéns pelo comentário, concorre a melhor do ano.
Comentário, no caso, seria o texto em em si, só deixando claro...
ResponderExcluirAh, e filho é filho! concordo com o Fernando... heheh :-)
Como dicen ,hijo es hijo, ladrillo es ladrillo aunque quiera ser arco .Kahn es Kanh es maravilloso sea timido o no....Perfeeecto Lucho ...queremos mas de Kanh por favor!!
ResponderExcluirUn fuerte abrazo!
jajaja y ya no me equivocare mas ;)
Gabrielito, te confesso que gosto mais do Architects are Nice Guys, de tua autoria, que ficou no blog velho e nunca veio para este... mas ainda assim agradeço o voto hehehehe...
ResponderExcluirUma pena mesmo que Kahn seja tão pouco visto... e sabes que na PUC Aalto também não era dos mais comentados, fui apreender mais sobre eles em mesas repletas de cerveja com a companhia do Zé, do Silvião, do Macchi...
Breve escrevo especificamente sobre o filme.
abraço
p.s.: acho que vou ter que escrever um texto com o título "filho é filho"
Naarita, em breve mais Kahn, prometo!!!
ResponderExcluirE também teremos um pouco de Aalto... comentar os problemas de saúde dele e não comentar a sua arquitetura, é maldade! Aalto foi um dos grandes!
abraços nena!
Gostaria de saber como comprar o vídeo. Preciso realmente obter um cartão Amazon?
ResponderExcluirAbraços,
P.S.: Maravilhosa postagem mesmo.
Gabriela AU - MT
Gabriela, eu comprei diretamente com o cartão Visa internacional, não fiz o cartão Amazon...
ResponderExcluirFoi a primeira vez que comprei na Amazon e foi tranquilo, chegou rapidinho... ficou a infeliz surpresa dos impostos a serem pagos para retirar a mercadoria nos correios...
Recomendo muito o DVD, é sensacional...
Obrigado pelo comentário e pelo elogio e qualquer dúvida me manda um email.